Um artigo sobre o M-drol, um dos “pró-hormonais” mais conhecidos e utilizado no mundo inteiro!
Nos último ano, talvez o que mais tenha chamado a atenção não só dos marketeiros dos suplementos, mas também da indústria e, claro, dos consumidores, foi o crescente aumento na produção dos chamados “Pró-Hormonais”, assim como de seus consumidores, geralmente indivíduos adolescentes e sem grandes informações no que se diz respeito ao uso de substâncias sintéticas.
Talvez um mero ergogênico, esses pró-hormonais, conhecidos como PH são normalmente substâncias que são convertidas em algum tipo de hormônio anabólico, geralmente esteróide e, diferente dos pré-hormonais que geralmente são “precursores hormonais”, ou seja, são substâncias que servem como matéria prima para a tal produção, os pró-hormonaisjá são previamente configurados para se tornarem a própria substância (no caso hormônio) dentro do corpo, através, normalmente de alguma ligação com algum composto dentro do corpo, ou por processo enzimático. Todavia, as vias de regra ainda são desconhecidas e os efeitos ainda são especulações não totalmente entendidas.
O M-Drol é basicamente formado por um composto chamado 2a,17a di methyl etiocholan, uma forma diferente de escrever 2a,17a-dimethyl-17b-hydroxy-5a-androstan-3-one que é a fórmula de um outro PH chamado Superdrol. Traduzindo em palavras mais simples, ambos são metilados nas segunda e na décima sétima posição (provavelmente favorecendo a ligação de outros radicais monovalentes por valência). Além disso, ambos possuem uma hidroxila na décima sétima posição B e por fim uma cetona na terceira posição.
Essa substância é um derivado do DHT, fazendo com que o aumento da massa muscular magra e a redução do percentual de gordura sejam acentuados, além de acrescentar níveis de energia, resistência e consistência a musculatura. Ainda sobre o grupo 2-Methyl, este é um composto com pouca conversão em estrógeno, pois o 5a- é reduzido e um anel-alquilados é adicionado acima dele. O mesmo ainda é utilizado para redução do câncer de mama, fazendo então jus a sua capacidade de diminuir a retenção hídrica no corpo.
A androgenidade do produto é também relativamente baixa e quase nula. Na verdade, entre os colaterais mais temidos como problemas hepáticos, renais e outros o principal problema do M-drol ainda é a supressão do eixo hormonal endógeno após seu uso.
Mas o que esperar do chamado M-Drol?
A princípio, devemos esperar que ele seja aparentemente um suplemento inofencivo que trará ganhos de, segundo alguns usuários, 6 ou mais quilos em 4 semanas de uso. Outros chegam a relatar incríveis ganhos de até 12kg no mesmo período. Mas, de onde vem todo esse peso se estamos falando de um suplemento e não de um esteróide anabólico, propriamente dito (que mesmo assim, na maioria dos casos provavelmente não acrescentaria todo esse peso se levarmos em consideração apenas o ganho MUSCULAR)? E foi justamente fazendo esse tipo de pergunta, que os efeitos colaterais começaram a ser investigados e começou-se a perceber que o M-Drol não tratava-se de uma substância tão inofenciva assim na medida em que seus efeitos colaterais se aproximavas, igualavam e em alguns casos até mesmo ultrapassavam os de EA’s. Dentre eles, os mais comuns eram a queda de libido, acne, oleosidade na pele, irritação (humor) e algum tipo de problema gastro intestinal, como azias ou náuseas. E no decorrer disso percebeu-se que a conversão através da ligação com compostos do corpo, fazia do M-Drol um esteróide anabolizante, propriamente dito, porém, mascarado pela indústria de suplementos. Aliás, os colaterais começaram a ser tão intensos nesse tipo de produto que começou-se a fazer necessário uma TPC (Terapia pós-ciclo) após seu uso, além de utilizar agentes protetores do fígado, normalmente medicamentos. Em tempo, esses “protetores” e minimizadores de efeitos colaterais vinham (em alguns casos) presentes nos próprios produtos. O resultado disso, todos nós sabemos: A proibição da fabricação e comercialização deste tipo de produto.
O custo X benefício de um ciclo com PH contraposto ao custo X benefício do uso de esteróidesanabolizantes, pode ser basicamente definido da seguinte maneira:
Prós: Não é assumidamente um esteróide anabolizante; Seu uso pode ser mascarado, diante as pessoas, pela facilidade de consumo; O preço é bem inferior ao de um ciclo de esteróides anabolizantes; Até sua proibição, não era considerado uma substância ilegal.
Contras: Possui os mesmos efeitos colaterais de esteróides anabolizantes; Os ganhos não chegam nem aos pés de esteróides anabolizantes; Ao certo não se conhece os compostos por inteiro deste tipo de substâncias; O eixo em alguns casos é alterado de maneira mais eficaz do que com EA’s.
Além disso, podemos perceber que o M-Drol é utilizado normalmente por indivíduos sem um devido preparo em treinamento, dieta e conhecimento, fazendo com que os relatos referentes aos ganhos sejam qualitativamente inferiores, na medida em que muitos acabam por ganhar peso gordo, retenção hídrica e, pouco músculo, propriamente dito, além, claro, de haver grandes perdas no período pós-ciclo, provavelmente pela retenção.
Artigo escrito por Marcelo Sendon
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